sexta-feira, 23 de abril de 2010

miau!

Quase trinta anos depois de estrear no West End, em Londres, Cats chegou à São Paulo, e com a perfeita qualidade das peças da Broadway. O musical já tinha passado pelo Brasil antes, em uma turnê mundial com artistas estrangeiros e peça toda cantada em inglês; mas a versão oficial brasileira é até melhor na minha opinião.

Vamos começar com as músicas. Acostumado com as versões originais, achei que as traduções de Toquinho seriam uma porcaria. Mas não foram. Embora a letra não seja exatamente a tradução da original, elas conseguem contar a história muito bem, e em duas delas há uma inclusão bem abrasileirada, e que se encaixou perfeitamente. Mungojerrie and Rumpleteazer são dois gatos ladrões de casas ricas, e em sua música em português nos contam que passaram por lugares desde a Vila Nova Conceição até o Morumbi! (bairros bons de São Paulo) Já Gus, o gato do teatro, que faz uma sessão nostalgia e nos conta como já fez sucesso nos palcos de teatro em sua juventude, nos revela que já atuou com "Fernanda e Paulo Autran"! Até Memory, principal canção do espetáculo, que achava impossível de fazer algo à altura do original, me surpreendeu.

A coreografia é quase impecável, com apenas uma falha. Alguns gatos andam com os braços arqueados, coisa que gato nenhum na minha cabeça tem. Braços esses, que apelidei de "Braços de C-3PO". Mas, tirando isso, todos são muito bem coordenados, e dançam muito!, mas muito mesmo! Atenção para o mágico Mr. Mistoffelees

O cenário é um lixão, onde os gatos se encontram, e é praticamente o mesmo durante toda a peça, mas suas partes se movem um pouco e coisas são adicionadas de acordo com cada cena. Mas o tamanho é proporcional ao tamanho dos gatos, então os objetos são maiores do que o normal.

A história em si, não é lá grande coisa. Na verdade, nem é muito boa. Todo ano os gatos Jellicle se juntam para eleger um gato da tribo para renascer. E é isso. Só isso. O primeiro ato inteiro consiste em apresentar os gatos da tribo, cada um com sua música, e o segundo... também!!! Mas no segundo há a revelação de quem irá reencarnar. Durante o intervalo, o personagem Old Deutoronomy fica sentado no palco. Na versão original que vi, deixavam o coitado lá por 20 minutos, já na verdsão brasileira, é permitido subir no palco e conversar com o ator Saulo Vasoncelos, que esbanjando simpatia, me contou um pouco também de como foi fazer A Fera em A Bela e A Fera, e o Fantásma n'O Fantásma da Ópera. quem quiser saber um pouco mais sobre ele pode acessar seu site oficial aqui.

O teatro em que está em cartaz, é o Teatro Abril, na Brigadeiro Luiz Antônio. Um teatro excelente pois, de qualquer ângulo que você se encontra sentado, consegue ver a peça bem. Mesma que há uma velha do seu lado que fique falando durante a peça e que não deve sair muito, por isso se entope de perfume quando o faz.

No total, Cats é uma superprodução divertidinha e gostosa de se ver, com músicas boas e que depois ficam na cabeça. É uma peça que tem que se ver ao menos uma vez na vida (ou duas :p).

http://www.musicalcats.com.br/
fotos: UOL

música: Prologue: Jellicle Songs for Jellicle Cats

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